Operação Saco Azul: Ações do Benfica estão suspensas. CMVM aguarda informação

“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários a suspensão da negociação das ações Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD e outros instrumentos relacionados, aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado”, pode ler-se no comunicado da Comissão, divulgado esta terça-feira.

O regulador, na sequência do anúncio da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que, no âmbito do processo Saco Azul, está a  investigar Luís Filipe Vieira, a Benfica SAD e a Benfica Estádio, decidiu assim que quer mais informação do clube, sem contudo especificar que tipo de informação está a exigir.

Com a suspensão da negociação das ações, que estavam a negociar hoje a 2,77 euros cada, também não é possível trocar as obrigações que são emitidas pelo Benfica, sendo que no dia de ontem o clube da Luz lançou uma nova emissão que lhe permitiu financiar-se em 50 milhões de euros.

Recorde-se que a PGR confirmou hoje a constituição de três arguidos, uma pessoa singular e duas coletivas, por fraude fiscal, no âmbito da operação ‘saco azul’, que envolve o Benfica.

De acordo com a edição de hoje do jornal A Bola, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, é um dos arguidos nesta investigação, como responsável pela SAD, assim como a própria sociedade desportiva e a Benfica Estádio.

“Confirma-se apenas a existência de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e no qual se investigam factos suscetíveis de integrarem crime de fraude fiscal”, disse à Lusa fonte oficial da PGR.

A mesma fonte acrescentou que, “no âmbito deste inquérito foram, ontem [na segunda-feira], constituídos três arguidos, uma pessoa singular e duas coletivas”.

A investigação da Autoridade Tributária (AT) remonta a 2018, quando foram feitas buscas às instalações ‘encarnadas’, por suspeitas da emissão de faturas de serviços fictícios de uma empresa informática, que o Benfica pagou.

Segundo A Bola, Luís Filipe Vieira foi ouvido na segunda-feira, tendo sido constituído arguido, acrescentando que outros dirigentes ‘encarnados’ devem ser ouvidos nos próximos dias, casos do administrador executivo da SAD, Domingos Soares de Oliveira, e do diretor financeiro, Miguel Moreira.

Em causa estarão 1,8 milhões de euros que terão sido pagos pelas sociedades ‘encarnadas’, durante seis meses, para pagar serviços que não foram prestados.

Fonte oficial do Benfica confirmou à Lusa que Luís Filipe Vieira foi ouvido na segunda-feira, acrescentando tratar-se de uma questão relacionada com o pagamento de IVA e IRC e não com um alegado ‘saco azul’ e também sem relação com a gestão desportiva.

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