A Honda confirmou oficialmente esta terça-feira que vai fechar as portas da sua fábrica em Swindon em 2021, em Inglaterra, depois de o deputado conservador britânico Justin Tomlinson ter dito ontem que essa hipótese estava em cima da mesa.
A fabricante de automóveis e motociclos vai acabar com cerca de 3.500 postos de trabalho, a mão-de-obra que operava nesta fábrica, responsável por produzir anualmente 160.000 carros Honda Civic.
“Tivemos que tomar esta difícil decisão de consultar a nossa força de trabalho sobre como podemos preparar a rede fabril para o futuro. Não foi tomada de ânimo leve. Lamentamos profundamente o quão perturbador o anúncio de hoje será para a equipa”, confessou o presidente da Honda Europa, Katsushi Inoue, em comunicado.
A multinacional japonesa, cuja (90%) das exportações são para a União Europeia e para os Estados Unidos, garante que a decisão em nada tem que ver com o ‘Brexit’, à semelhança do que já tinha sido garatido também por Justin Tomlinson. Katsushi Inoue disse, na mesma nota, que é “vital” acelerar a estratégia de eletrificação e reestruturar as operações globais “à luz das mudanças sem precedentes” que estão a impactar a indústria.
A decisão surge poucas semanas depois de a Nissan ter alterado os planos de construir o X-Trail SUV no Reino Unido para o Japão e de a Ford ter anunciado milhares de cortes de empregos na Europa (esta última culpando um divórcio Londres-UE díficil, que, na perspetiva da empresa, seria “catastrófico” para a indústria automobilística britânica e para as suas próprias instalações).
De acordo com a Honda, a reestruturação em causa também envolve as operações na Turquia [Honda Turkiye], que somam 38.000 unidades produzidas por ano. “A empresa deixará de fabricar o atual modelo de sedan Civic em 2021 e pretende continuar as suas operações comerciais”, refere a empresa em relação ao mercado turco.