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Analistas alertam para uma encruzilhada nos mercados mundiais

Os mercados globais estão a enfrentar uma série de catalisadores positivos em 2019. A Reserva Federal, dos EUA, está “à espera para ver” e o Banco Central Europeu começou a aumentar os seus estímulos. As economias em todo o mundo estão a crescer e os EUA parecem relativamente saudáveis. A China está a usar as políticas monetária e fiscal para estimular a sua economia.

Mas, ao mesmo tempo, os resultados das empresas parecem mais fracos, existe o risco de que um acordo comercial entre os EUA e a China possa desmoronar e o Brexit continua sem solução. E tudo isto está ligado aos receios de que uma desaceleração da economia global possa cair numa recessão.

“Os mercados enfrentam uma disputa entre os indicadores cíclicos mais fracos e a melhoria das condições monetárias”, escreveram analistas do Société Générale liderados por Alain Bokobza, num relatório divulgado esta terça-feira, 12 de março.

Alguns estrategas estão a lidar com a multiplicidade de riscos extremos, tanto positivos como negativos, oferecendo um pouco de tudo.

“Os nossos economistas dos EUA esperam que o crescimento recupere no segundo trimestre, mas o risco de resultados piores aumentou”, escreveram estrategas do UBS liderados por Stuart Kaiser numa nota publicada na segunda-feira. “No que se refere às perspetivas de uma melhoria do crescimento no segundo trimestre”, os analistas dizem preferir apostar, por exemplo, no “DAX para obter melhores resultados comerciais e/ou para uma queda na dinâmica de crescimento da Zona Euro.”

O Morgan Stanley foi mais além e recomendou aos investidores que “não acreditem na economia sem expansão nem recessão”, o cenário de crescimento sólido, mas não inflacionário. O mercado está demasiado confiante nesta ideia central e despreza excessivamente os “extremos” em ambas as direções, escreveram analistas liderados por Andrew Sheets numa nota no domingo.

A China é parcialmente responsável pelos riscos nos dois sentidos. As suas ações tornaram-se na melhor transação do mundo em fevereiro, mas também há preocupação com a saúde da sua economia.

“O otimismo chegou à China”, escreveram Jason Lui e Chris Yung, estrategas de derivados do BNP Paribas em Hong Kong, numa nota de 8 de março. Fatores como a redução das tensões comerciais e a expectativa de mais flexibilização da política deram impulso às ações, mas o cenário de investimentos é “frágil, gira com cuidado”, salientaram.

Os lucros das empresas terão de mostrar alguns sinais de recuperação no segundo semestre para justificar a rápida recuperação das avaliações, acrescentam os analistas do BNP.

O SocGen está a lidar com todas as incertezas reduzindo a exposição ao dinheiro e aos títulos do governo na sua carteira de ativos múltiplos, enquanto aumenta o crédito e as commodities.

“Mantenha uma abordagem construtiva, selecionando ativos que forneçam rendimento com volatilidade limitada, por um lado, e ativos de proteção do portfólio”, aconselham os estrategas do SocGen. “Espere picos de volatilidade.”

(Texto original: UBS to SocGen Strategists See Global Markets at Crossroads)

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